A Inteligência Artificial do futuro: o que esperar

ESTE ARTIGO EM 5 SEGUNDOS:
  • A Inteligência Artificial está em crescimento no mundo inteiro;
  • Projetos de IA podem ter impacto em áreas e temas tão distintos como: saúde; crises climáticas; aumento de produtividade das empresas; mudar gerações de experiências de consumo, entre outros.

A Inteligência Artificial não é uma tecnologia recente, ainda que, por vezes, pareça que é uma tendência tecnológica que surgiu nos últimos anos. Na verdade, a história desta tecnologia que reconhecemos como disruptiva a diferentes níveis já remonta à década dos anos 50, quando foram feitos os primeiros desenvolvimentos. Nem sempre esta usufruiu da popularidade com que conta nos dias de hoje, e a verdade é que existiram diversos altos e baixos na história da Inteligência Artificial: assistimos a ciclos de hype e de entusiasmo efusivo, seguidos de ciclos –intitulados AI Winters – onde existiu uma redução tanto no interesse, bem como no financiamento da tecnologia, para depois, anos mais tarde, voltarmos a assistir a um renascimento do interesse científico, potenciados tipicamente por avanços tecnológicos.

Ainda que a origem e a evolução desta tecnologia não tenham sido lineares e que nem sempre tenha sido claro quão fundamental se poderia tornar para as diferentes economias mundiais, hoje em dia a Inteligência Artificial conta com uma popularidade inegável e parece uma realidade distante sequer mencionar a existência.

Fonte: ResearchGate

O que é que a IA ainda tem para nos oferecer

Desde o último AI Winter que se iniciou em 1988, muitas coisas mudaram e, hoje, a Inteligência Artificial assumiu, de forma clara, um papel preponderante na economia. O autor e consultor de IA Andrew Burgess, no seu livro The Executive Guide to Artificial Intelligence, explica-nos quais são os quatro principais motivadores que ajudam a explicar porque é que a IA passou definitivamente do laboratório para o mundo real:

  1. Big Data: atualmente temos disponível uma quantidade abismal de dados. A quantidade de dados que geramos mundialmente está a duplicar a cada dois anos. De acordo com o Statista, prevê-se que a quantidade total de dados criados, processados e consumidos tenha atingido os 64,6 zettabytes em 2020. Esta disponibilidade de informação sem precedentes é crucial uma vez que a IA se alimenta precisamente de dados, que utiliza para gerar valor.

 

  1. Armazenamento barato: todos os dados que geramos precisam de ser armazenados e esta é uma questão logística que temos que considerar quando trabalhamos com grandes quantidades de informação. Os custos com armazenamento estão a diminuir consideravelmente, bem como o tamanho das máquinas que armazenam esses mesmos dados, fazendo com que consigamos comprar maior armazenamento a um custo muito menor. Adicionalmente, a velocidade a que os dados podem ser acedidos, através da cloud, por exemplo, está a aumentar.

 

  1. Processamento mais rápido: além de conseguirmos armazenar a informação com a qual queremos trabalhar, também precisamos de a processar. De acordo com a Lei de Moore, o número de transístores que caberiam nos chips duplicaria a cada dois anos. No entanto, David House reviu, mais tarde, a fórmula para aquela que atualmente mais comummente utilizamos: o desempenho dos chips duplica a cada 18 meses. Com processadores mais rápidos e compatíveis com a atividade de IA, tornamos possível a resolução de problemas mais complexos e que necessitam de consumir mais dados.

 

  1. Conetividade omnipresente: foi apenas nos últimos anos que as redes (banda larga e 4G e, mais recentemente, 5G) se tornaram rápidas o suficiente para permitir que quantidades significativas de dados fossem distribuídas entre os servidores e diferentes dispositivos. Como tal e porque, atualmente, já conseguimos assegurar boa conetividade, conseguimos garantir que a informação está rapidamente disponível para ser recolhida, processada e analisada.

 

Assim sendo, conseguimos atualmente cruzar um conjunto de fatores que anteriormente não tínhamos forma de garantir. Todos são absolutamente essenciais para que a Inteligência Artificial consiga, finalmente, vingar enquanto tecnologia com verdadeiro potencial disruptivo. Sem armazenamento barato, não iríamos conseguir viabilizar o investimento de um projeto de IA que necessite de quantidades consideráveis de informação. E sem informação disponível, não teríamos hipótese de considerar esta tecnologia para resolver problemas, uma vez que esse é o motor que a IA necessita para brilhar. Assim, agora que temos todas as condições para conseguir tirar proveito da tecnologia, o que podemos esperar para a Inteligência Artificial do futuro?

O que esperar da Inteligência Artificial do futuro?

É sempre difícil fazer projeções quanto àquilo que o futuro nos reserva, porque este é-nos completamente desconhecido. No entanto, olhando para o percurso que a tecnologia já fez ao longo das últimas décadas, vemos indicadores positivos para o futuro. Ainda assim é importante fazer notar que, numa altura como o início da pandemia, em que se esperava que a IA se revelasse uma tecnologia altamente relevante, a sua performance ficou muito aquém das expetativas. Na altura em que entrámos em período de confinamento, existiram diversas tentativas de diferentes organismos para utilizar a IA para ajudar na rápida deteção da doença, seja no diagnóstico ou na previsão de diferentes surtos regionais. Mas nem todas as tentativas que se fizeram foram bem-sucedidas e, em retrospetiva, conseguimos agora perceber onde é que a tecnologia teve um desempenho inferior, deixando-nos importantes lições para melhorarmos no futuro.

Sabemos, por exemplo, que não basta contar apenas com a disponibilidade da tecnologia ou da informação, mas é necessário ter em conta fatores como a qualidade e disponibilidade da informação que estamos a utilizar, a possibilidade de existir descriminação e enviesamento de resultados, a existência de erro humano na coleção de dados e até o facto do nosso contexto global e, por vezes local, ser altamente complexo. Há ainda muito que podemos fazer para melhorar os resultados que obtemos de iniciativas de IA. Esta tecnologia, terá pela frente, como outras antes desta, um caminho de maturação e sustentação.

Mas, no futuro, garantindo que ultrapassamos os obstáculos de operacionalização inerentes a projetos de IA, esta terá espaço para se tornar numa aliada essencial para a Humanidade, em diferentes vertentes:

  • Revolucionando o campo da Saúde, diagnosticando doenças de forma precoce e auxiliando inclusivamente no processo de tratamento, permitindo oferecer uma medicina totalmente personalizada e ajustada às necessidades de cada paciente;
  • Tornando-se numa das ferramentas cruciais na prevenção de crises climáticas, ajudando-nos a prever fenómenos extremos e a planear para tal;
  • Tornando-se no maior colaborador digital dos trabalhadores humanos, tomando totalmente conta de tarefas que podem ser automatizadas e revolucionando a forma como trabalhamos;
  • Revolucionando as próximas gerações de experiências digitais e phygital. Já conseguimos antever como as novas tecnologias estão a mudar o espaço das experiências – sejam estas phygital, físicas ou digitais. A Inteligência Artificial será um ingrediente base que irá moldar as próximas gerações de experiências de consumo.

Pensamentos Finais

Ainda agora começamos a explorar o potencial que esta tecnologia tem para revolucionar diferentes negócios e indústrias. Como tal, estamos focados em ajudá-lo a utilizar a IA para desbloquear novas oportunidades de crescimento para os seus negócios.

O nosso AI Solutions Centre pretende apoiar as empresas nesta jornada de adoção de IA, oferecendo a possibilidade destas adotarem a tecnologia com a orientação necessária e dando os passos necessários para começar a integrar inteligência nos sistemas organizacionais. Desafie-nos para o ajudarmos nesta jornada.

Sérgio VianaA Inteligência Artificial do futuro: o que esperar

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