José Miranda

jmdm

Data Engineer - Xpand IT

E o vencedor é… BI moderno!

Porque o Business Intelligence moderno é tão importante para uma organização tornar-se mais competitiva?

O BI moderno traz a flexibilidade necessária para construir uma cultura data-driven onde se pode decidir com factos e não apenas com suposições. Ao invés de depender somente de EDW’s (Enterprise Data Warehouse) como o BI tradicional, ele traz um conjunto de novas ferramentas de visualização interativa que direcionaram muitas tarefas do departamento de IT para os utilizadores de negócio. O BI deixou de ser apenas um projeto; o objetivo é uma empresa data-driven onde o BI é o elo de ligação entre qualquer input de dados com o utilizador final através de ETL (Extract, Transform & Load) e as ferramentas de visualização. O que queremos, é mostrar por que razão o BI moderno oferece valor para as empresas e vamos fazê-lo na trilogia seguinte.

1. Aceder a dados

Ligar a dados tornou-se muito mais fácil. Hoje em dia, é possível ligar-se a qualquer tipo de BD (base de dados), conjunto de ficheiros, como PDF ou excel, a API’s ou a dados provenientes da web usando Web Data Connectors, etc. É possivel realizar estas ligações a partir de uma ferramenta de BI como o Tableau Desktop ou Power BI, que permitem conexões diretas a essas fontes de dados. Pensemos sobre isto, muitas empresas confiam no excel como output da informação dos seus departamentos. Imaginemos um exemplo de relatórios mensais sobre vendas. Como se pode comparar, facilmente, o desempenho das vendas de 2008 com as de 2018? Abre-se os ficheiros de excel todos? Como se pode construir um mapa de vendas vs região por ano? E detalhar por mês? Felizmente, essas ferramentas de BI moderno podem oferecer isso. Tendo-se a capacidade para ligar rapidamente a um ficheiro excel, ou vários (por joins ou relationships) ao Tableau ou ao Power BI, adquire-se uma verdadeira melhoria na eficiência de análise porque em poucos minutos, pode-se limpar, normalizar e usar todos esses dados para construir relatórios e dashboards dinâmicos.

É necessário ter em conta que às vezes os dados não estão livres de erros pelo que é preciso montar um processo de limpeza, o que é relativamente simples de fazer nessas ferramentas com alguns cliques. No entanto, na existência de ficheiros muito complexos que necessitem de cálculos complicados, ou se o intuito for juntar muitas fontes de dados distintas, será necessária uma ferramenta de ETL como o Pentaho, o Tableau Prep ou o SSIS (SQL Server Integration Services) e uma BD para onde o ETL enviará os dados de todas as fontes.

2. Construir Visualizações

Ligar aos dados tem opções novas e é algo muito mais rápido de se fazer, mas o que é mais interessante é a construção de visualizações. Mais vale esquecer aqueles gráficos, tabelas e mapas velhos e estáticos. Hoje em dia, as soluções de BI oferecem a possibilidade de construir qualquer tipo de gráfico para mostrar informação da forma que se quiser. Apenas num gráfico, em poucos minutos, pode-se criar uma visualização por ano com a possibilidade de detalhar até aos dias ou detalhar hierarquias, mostrando apenas o lucro por grupos de produtos e depois detalhar até se ver o lucro por cada produto, por exemplo. Rapidamente se consegue incorporar filtros nas visualizações de forma a tornar a sua análise mais precisa. É possível construir parâmetros que habilitam os utilizadores a ver diferentes KPI’s (Key Performance Indicators) por grupos de produtos, o que quer dizer que na mesma visualização, pode-se explorar o lucro por número de vendas ou a margem por produto. Todavia, é muito fácil ter acesso a raw data construindo tabelas que apresentem a informação que se pretende.

Apesar destas funcionalidades agradáveis, há uma muito importante. A possibilidade de explorar e analisar os dados subjacentes. Escolhendo um grupo ou clicando num ponto específico de um gráfico, rapidamente se pode visualizar a informação que contribui para a construção dos valores. Com isto nunca se anda às cegas e ainda melhor, é possível exportar esses dados para um ficheiro. Usando esta funcionalidade com as visualizações, qualquer utilizador pode explorar e analisar, estando apto a encontrar tendências ou outliers para tirar conclusões interessantes.

No fim, vai estar capacitado para criar dashboards super dinâmicos cheios de filtros ou parâmetros que podem ser aplicados a todos os gráficos, tabelas e mapas. Com os dashboards podem-se criar “snapshots” para contar uma história e comunicar os dados de uma forma muito mais fácil e consistente.

Isto ainda se torna melhor porque depois de construir as visualizações, estas podem ser partilhadas com todas as pessoas da empresa sendo possível escolher quem vê o quê.

3. Governance

Se as visualizações são algo de outro mundo, partilhar conteúdo de uma forma tão simples com toda a organização ainda é melhor. Ferramentas como o Tableau ou o Power BI oferecem a possibilidade de ter todo o conteúdo centralizado num só local, dividido por projetos ou departamentos. Estamos a falar de fontes de dados e dashboards onde se podem criar grupos de utilizadores e decidir as permissões deles. Imaginemos a construção de um dashboard para o Marketing que é publicado num serviço online. Na plataforma, existem utilizadores de todos os departamentos, mas apenas os utilizadores do Marketing devem ver o dashboard. Para se atingir isto, cria-se o grupo Marketing, adiciona-se todos os utilizadores do Marketing e dá-se permissões para que eles possam ver o conteúdo enquanto que para outros grupos, Finanças por exemplo, negam-se essas permissões.

Esses serviços são online, tendo como base um servidor físico ou cloud com um alto nível de segurança. Para aceder podem utilizar-se diretorias de login como o Active Directory ou criar uma localmente. É relativamente simples embutir visualizações em páginas web que serão atualizadas cada vez que os dados subjacentes mudam. Criar horários ou alertas é algo bastante útil, horários para atualizar fontes de dados e alertas para saber quando um KPI ultrapassa um certo limite. Apesar disto, é fácil monitorizar tudo: quem acedeu o quê, desempenho, espaço livre e usado, tarefas, etc.

A melhor parte de tudo isto é o facto de o pessoal de IT continuar a ser uma peça importante para gerir os acessos aos dados, mas com as permissões certas, qualquer utilizador ganha poder para ver, customizar, criar ou editar dashboards e relatórios ou analisar dados em muito pouco tempo.

Pensamentos finais

Como dissemos, BI não é mais um simples projeto. BI é um ser vivo nas empresas. Imaginemos uma empresa como uma cidade em que por cima passa uma autoestrada de dados fluindo livremente entre cada canto dessa cidade. A escalabilidade torna-se bastante eficiente na medida em que os vários departamentos podem evoluir para uma cultura digital em muito pouco tempo ou velhas estruturas digitais de BI podem evoluir para soluções mais recentes, o que seria ainda mais rápido de se fazer.

O valor que se retira da monitorização, da tomada de decisões, da rápida análise de informação ou da partilha de intuições entre pessoas e departamentos, é um de muitos pontos positivos que BI pode oferecer, isto sem esquecer a autonomia que os utilizadores têm para fazer tudo isto.

Com certeza o BI moderno é um vencedor que apanhou a velocidade do nosso mundo competitivo em constante mudança e ganhou o seu lugar ao lado do tecido empresarial. Por isso é que o Xpand IT DIaaS (Data Innovation as a Service) se tornou real. Definindo uma estratégia, implementando, mantendo e dando suporte a uma solução robusta, ajudando as empresas a construir essa autoestrada, podemos auxiliá-las a assumirem-se como competitivas e data-driven, e claro, como vencedoras, porque quando estas triunfam, nós triunfamos.

José MirandaE o vencedor é… BI moderno!
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Green Deal: 5 razões para que a sua empresa seja Data-Driven

Verdade seja dita, mais tarde ou mais cedo todas as indústrias terão de cumprir diretivas ecológicas, sejam elas vindas da Comissão Europeia ou de outro organismo com poder de influência. De facto, como muitos sabem, em Dezembro de 2019, a Comissão publicou “O Pacto Ecológico Europeu” (The European Green Deal). Este acordo tem o propósito de mudar a forma como a União Europeia (UE) e todos os seus cidadãos estimam o clima e o ambiente.

Não é difícil entender que as empresas europeias terão de ser as grandes pioneiras e empresas data-driven serão as que terão menos dificuldades para adotar essas diretivas. Portanto, para que a sua empresa se mantenha competitiva e absorva rapidamente as mudanças que se avizinham em matérias de produção ou processos diários operacionais, deve dar uma oportunidade a um modelo data-driven.

Porquê? Porque será capaz de analisar e agir sabendo exatamente o que está a acontecer nas operações dia-a-dia ao invés de fazer apenas suposições. Terá dados organizados em infraestruturas digitais aliadas a soluções de Business Intelligence, Data Science e Big Data.

Para que possa entender melhor, analisaremos cinco pontos, mas primeiro temos de alertar que o acordo tem muita informação e aqui apenas focamos em assuntos que importam para este artigo. No entanto, aconselhamos a gestores estratégicos a leitura do Green Deal.

1 – Energia Limpa e Eficiente

Para sermos simples e diretos, segundo o acordo, 75% das emissões de gases com efeitos de estufa na UE provêm da produção e consumo de energia em todos os sectores económicos, portanto, de forma a reduzir esses números, o sector de energia deve ser amplamente baseado em energias renováveis e ter uma estrutura interligada com total integração e digitalização.

Como empresa data-driven saberá precisamente quais os tipos de consumos e respetivos montantes. Por exemplo, será capaz de perceber se usa recursos renováveis ou não, quanta eletricidade é gasta, quanta água é usada ou qual a quantidade de aquecimento e ar condicionado que é desperdiçada. Avaliando o consumo das operações diárias e entendendo se são eficientes e baixas em recursos, melhores estratégias poderão ser construídas.

2 – Economia circular e limpa

Apenas 12% dos materiais usados pela indústria da UE são reciclados e a extração de materiais novos triplicou entre 1970 e 2017. Continua a aumentar e representa um risco global. Por causa disto, de forma a alcançar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, a Comissão quer que as empresas adotem a transformação ecológica e digital e sejam mais independentes da extração de novos materiais, que são convertidos em produtos e posteriormente descartados como resíduos ou emissões.

De facto, o acordo revela que a prioridade da Comissão é reduzir o uso de materiais novos e promover a sua reutilização deixando a reciclagem para terceiro plano.

Com empresas data-driven será possível monitorizar linhas de produção e retirar dados para analisar a quantidade de recursos usados para produzir um item ou medida (toneladas por exemplo), que materiais estão a ser usados e qual a quantidade de resíduos gerada.

Com esta informação, poderá redireccionar linhas de produção para propósitos ecológicos, fazendo com que estas usem materiais mais eficientes e produzam menos resíduos ou otimizando a reciclagem. Além disso, tendo uma visão digital, poderá tornar-se num modelo a seguir na sua indústria ao desenvolver modelos de eficiência ou inovando lógicas de produção que sejam disruptivas.

3 – Construção e renovação de edifícios

A taxa anual de renovação de edifícios na UE, segundo o pacto, ronda os 0.4% e os 12%. A Comissão afirma que esta taxa deve duplicar de forma a atingir os objetivos climáticos. Por outro lado, milhões de consumidores lutam para manter as suas casas aquecidas. Para resolver isto, a Comissão vai motivar a renovação de edifícios privados e públicos, vai apertar a legislação de eficiência energética dos edifícios e para seguir a lógica da economia circular e aumentar a digitalização do parque imobiliário, a Comissão vai rever o Regulamento Produtos de Construção.

Como empresa data-driven vai ter ferramentas de análise de dados para entender que tipos de materiais estão a ser usados em cada projeto e usar materiais melhores, se necessário, para diminuir os consumos dos edifícios. Tendo uma visão mais próxima de como constrói e tendo dados sobre a eficácia de cada material usado, facilmente cumprirá com as mudanças que possam surgir na legislação de eficiência energética. Saberá como organizar stocks eficientemente de forma a reduzir lixo ou resíduos.

Como empresa ligada à construção poderá desenhar soluções para os proprietários das casas ou dos edifícios que retirem dados sobre os seus consumos ou sobre a eficiência energética. Também poderá construir casas inteligentes que climatizam eficientemente fazendo uso de janelas inteligentes ou sistemas de equilíbrio de temperatura com purificação e circulação de ar ou casas com jardins verticais para renovação de ar, isolamento acústico e diminuição da humidade. Isto aplica-se tanto para nova construção como para renovação de edifícios.

4 – Mobilidade Sustentável

Segundo o acordo, para atingir os objetivos climáticos, as emissões de transporte devem diminuir 90% e por transporte entenda-se todos os tipos (desde carros a aviões ou barcos, etc.). Para abordar este desafio, a Comissão criará uma estratégia que ataque todas as fontes de emissões.

Como empresa data-driven terá controlo da sua frota com dispositivos que fornecem informação suficiente sobre os consumos e as emissões de cada veículo. Com esses dados poderá redesenhar rotas para reduzir quilometragem e emissões ou repensar estratégias e mudar a frota se necessário (de combustível para elétrica por exemplo).

Se for um fabricante de transportes será capaz de obter dados de consumos, emissões e eficiência dos seus motores e outras partes dos seus produtos que poderão dizer com precisão o que não está a ser eficiente. Saberá a performance dos produtos e o que fazer para reduzir emissões, mesmo que isso signifique menos potência.

O mesmo se aplica se for um fabricante de baterias. Terá dados sobre as suas performances e materiais para produzir uma bateria. Isto poderá dar a possibilidade de estender a vida das mesmas ou ter linhas de produção eficientes com baixas emissões, o que pode compensar a mudança de frotas de combustível para frotas elétricas.

5 – Sistema de produção de comida saudável e eco-friendly

Produzir comida polui o ar, água e solo e, segundo o acordo, afeta as alterações climáticas, contribui para a degradação da biodiversidade e consome demasiados recursos naturais quando tanta comida é desperdiçada. Hoje em dia existem novas tecnologias, descobertas e consciência pública que representam novas oportunidades para os produtores e valor para os acionistas. Para mudar a forma como a produção de comida polui o nosso planeta, a Comissão vai apresentar a estratégia “Do Prado ao Prato”. Não obstante, a proposta da Comissão define que “pelo menos, 40% do orçamento global da PAC (Política Agrícola Comum) e, pelo menos, 30% do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas deverão contribuir para a ação climática”.

Como empresa data-driven saberá exatamente a quantidade de água usada para as plantações, quanta água e erva os pastos necessitam e a quantidade de químicos pesticidas, fertilizantes e antibióticos usados, assim como outros fatos também importantes. Isto dá a possibilidade de construir novas formas de operar com consumos baixos de recursos e menos químicos na comida.

Como o futuro terá de ser diferente, poderá ser apenas uma questão de tempo até a sua empresa ser forçada a mudar de estratégia e encontrar formas de produzir produtos limpos e sustentáveis. Dados provenientes dos pastos, quintas, plantações, estufas, aquacultura, cativeiros, etc. aliados a dados originados das escolhas e necessidades dos clientes, serão um dos seus melhores amigos para atingir os objetivos do Pacto Ecológico Europeu.

Considerações finais

Estamos a falar de uma transformação massiva nos próximos 30 anos. Não é assim tanto tempo e empresas avessas à mudança viverão tempos difíceis. Empresas sustentáveis e ambientais serão mais valiosas nos anos vindouros. Não podemos esquecer que as próximas gerações são as que estão a crescer mais despertas para causas ambientais e de desigualdade. Essas serão as que forçarão as suas empresas e pais a mudar os seus costumes. Essas serão os futuros consumidores e aqueles que devemos ouvir. A Europa sabe que o futuro passa por paradigmas ambientais e quer tornar-se a pioneira desses padrões, não apenas por razões competitivas e económicas, mas porque é necessário.

Uma boa maneira de saber para onde vamos é sabermos de onde viemos, portanto, uma forma de dizer para onde a sua empresa deve caminhar é analisando os seus dados diários e ter conhecimento sobre o que ela está a fazer. Precisará de estar muito bem informado estrategicamente e ser capaz de retirar informação valiosa que ajude a construir essas estratégias e políticas. Uma boa forma de ser uma empresa data-driven com sucesso, é ter um parceiro especialista em dados com serviços de Business Intelligence, Data Science e Big Data como nós, Xpand IT, que temos uma solução DIaaS (Data Innovation as a Service) para guiá-lo na aventura de se tornar numa organização data-driven. Esta solução evolui com o tempo e vai desde os passos iniciais de construir uma estratégia ou implementar o setup, até à fase de implementação com componentes de analytics e data science e posteriormente serviços de manutenção, suporte e formação.

Em verdade isto pode levar a um aglomerado de processos automatizados que muitas vezes resultam em custos mais baixos e resultados positivos porque está a ser mais eficiente, mas desta vez a causa é mais nobre, desta vez a causa está ligada às alterações climáticas e nós estamos aqui para travar essa batalha consigo.

José MirandaGreen Deal: 5 razões para que a sua empresa seja Data-Driven
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